Nos últimos dias, o cenário econômico brasileiro registrou ajustes relevantes nas projeções macroeconômicas, com impacto direto nas perspectivas de crédito para pessoas jurídicas. De acordo com o mais recente boletim Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil (BCB), a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 subiu de 2,16% para 2,25%. A projeção para 2026 também ganhou leve ajuste, passando de 1,78% para 1,80%.
No mesmo relatório, a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou pela quarta semana consecutiva, de 4,43% para 4,40% em 2025. Esse recuo coloca a expectativa de preços próximos ao teto da meta oficial perseguida pelo Banco Central, o que sugere algum alívio nas pressões inflacionárias para setores empresariais vulneráveis a custos variáveis.
Apesar dessas revisões otimistas para crescimento e inflação, a taxa básica de juros a Taxa Selic permanece elevada em 15% ao ano, patamar em vigor desde meados de 2025. Esse nível de juro, em conjunto com a rigidez monetária, continua a pesar sobre o custo de crédito e financiamento para empresas.
Para empresas que buscam crédito PJ, o atual contexto apresenta um dilema: por um lado, a aceleração projetada do PIB e a inflação em queda indicam cenário favorável à produção, expansão e planejamento de longo prazo; por outro, os juros altos mantêm o custo de capital elevado, exigindo avaliação criteriosa de viabilidade e fluxo de caixa para evitar sobre-endividamento.
Em relatório recente do Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta-se que em 2026 a economia pode desacelerar, com PIB projetado em 1,8% e inflação de 4,1%. A CNI avalia que, ainda que haja cortes na Selic, a taxa de juros permanecerá em patamar restritivo e poderá limitar os investimentos industriais e de expansão.
Curiosamente, mesmo com juros elevados, o crédito bancário no Brasil continua apresentando crescimento fenômeno que, segundo estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), tem sido impulsionado tanto pelo aumento da renda real quanto pela expansão de inclusão financeira e fintechs. Esse movimento sugere que para empresas com perfil sólido, bom histórico de receita e governança financeira, ainda há espaço para captação de recursos, financiamentos ou renegociações de dívidas.
Para o segmento de crédito PJ, esse novo momento macroeconômico representa uma janela de oportunidade, mas requer planejamento estratégico, atenção aos custos e clareza sobre prazos e retornos esperados. Com o PIB em leve alta, inflação amortecida e juros altos, o crédito pode ser um instrumento eficaz de crescimento, desde que usado com disciplina e visão de longo prazo.
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